Continuando nossa viagem pelos sons da América Latina, que começou o um clássico do rock, o Pescado Rabioso, agora pousamos nos dias de hoje para falar de um artista que muitos acreditam que é uma mistura de Maná com Radiohead, se é que isso aí possível.
Nascido na Patagonia, Lisandro Aristimuño mistura sons da música folclórica argentina com eletrônica barroca e pop, criando assim um som repleto de sensações climáticas, texturas, temperaturas como pinturas e janelas que levam a outros céus possíveis. Lisandro já é sensação na Argentina, onde sua música ficou conhecida através da internet e encantou críticos e o público.
Apesar de ser nascido em uma terra tão distante mas ao mesmo tempo tão perto, Lisandro declara que sua banda favorita é o Sigur Rós, pois ouve na música deles a solidão gélida e a tristeza ecoante das geleiras islandesas, ali na porta de sua casa. A influência de artistas como Sigur Rós, Radiohead e até Björk são facilmente escutadas em algumas músicas.
Com 4 discos lançandos (“Las crónicas del viento”, “39º”, “Ese asunto de la ventana”, “Azules turquesas”) vou falar do único que tive a oportunidade de comprar e escutar, “39º”, pois, com o sucesso, seus discos estavam esgotados na maioria das lojas argentinas.
Aqui Aristmuño mostra o seu lado mais folclórico, com as milongas, huaynos e vidalas, seus sons eletrônicos orgânicos com efeitos de violoncelo e pedais, em melodias mântricas que representam a sua Patagônia de planícies brancas intermináveis. Com uma voz afinada e uma composição introspectiva, Lisandro transmite os pequenos detalhes e gestos do mundo cotidiano.
Dentre os destaques do disco estão “Pluma”, onde ele explora o elemento vento com a sua suavidade acústica e uma textura aquática. A pop acústica “Demasiado”, a pós-industrial “Para Vestirte Hoy”, onde a batida lembra Primal Scream na sua melhor fase e por último “Me Hice Cargo De Tu Luz” com a sua cadência andina.
Lisandro Aristimuño move essas variadas sensações através de letras pequenas, canções minimalistas, detalhistas, brilhantes como uma estrela em um céu escuro. Seja olhando o céu, admirando o mundo alienado por uma janela, celebrando a chuva e o vento ou encravando em seu ouvido uma melodia tênue e quente, Lisandro fará com que você pare e admire o mundo por seus olhos e recrie junto com ele a paisagem sonora e textura imaginada por ele.
já esta mais que na hora de o BRASIL abrir as portas para os nossos Hermanos que sabem fazer uma boa musica
Lisandro Aristimuño é um artista ímpar… Tenho os 3 primeiros discos dele e peguei na internet o 4°, que espero poder comprar logo. É incrível como sua música consegue mover-nos para outras dimenções. Parece mágica!
Espero que venha para o Brasil e eu possa vê-lo ao vivo!