Aqueles Queridos Anos 2000: “Vampire Weekend”, Vampire Weekend

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por Matheus Vinhal

Vamos ser sinceros: o primeiro disco de Vampire Weekend não mudou minha vida. Tampouco é um dos que eu mais gosto. Digo, nessa década que passou há com certeza 10 ou mais discos que eu diria que são melhores que o debut do Vampire Weekend. Mas poucos me impressionaram tanto na primeira audição quanto esse. E menos ainda cresceram a cada escuta como esse disco cresceu, nos idos anos de 2008.

A mistura de afro-beat e (indie) rock que o Vampire Weekend faz(ia) tampouco soa como algo muito original. No Brasil, por exemplo, não faltou gente para dizer que o grupo novaiorquino fazia, nos anos 2000, o que os Paralamas do Sucesso já tinham feito por aqui mais ou menos duas décadas antes. (Eu discordo.) Isso sem falar no que o The Police também chegou a fazer anos atrás. A semelhança de “The Kids Don’t Stand a Chance” com o grupo de Sting não deixa mentir.

O fato é que nesses textos do “Aqueles Queridos 2000” não levamos tão em conta os critérios que geralmente definem os melhores de uma lista, por exemplo. Vampire Weekend, o álbum, é muito querido por mim simplesmente porque há poucos discos mais perfeitos para se caminhar (ou dirigir) por Brasília do que esse. A minha relação com esse disco é extremamente pessoal, e eu diria que vários lugares da cidade onde vivo já carregam consigo um tico das guitarras limpas de “Mansard Roof” ou “Cape Cod Kwassa Kwassa“, ou da melodia contagiante – que depois virou até trilha de comercial de telefonia celular – de “M79“. O leitor com certeza sabe do que estou falando e irá me entender.

A partir de uma bateria e percussão inspiradíssimas – provavelmente o aspecto mais perene de todo o disco, das já citadas limpas guitarras e de um quê de música clássica barroca, nós nos deixamos guiar pela voz de Ezra Koenig por letras sempre divertidíssimas. O Vampire Weekend fez em 2008 um disco bastante ensolarado, mas que, ao contrário do sol de Brasília, não chega a incomodar os sentidos. É aquele delicioso pôr-do-sol de sempre, meio alaranjado como a capa do disco. Agradável, bom de se ter, bom de se ouvir e guardar dentro de si.

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