Como uma espécie de lado B para os sorrisos e a felicidade bem polida das garotas e garotos dessa tal cena folk paulista, a música da one-man-band Babe, Terror é tão críptica quanto as poucas informações que correm a blogosfera. Tudo que se sabe sobre Babe é que seu nome verdadeiro é Cláudio, tem 28 anos e mora no bairro paulistano de Perdizes, algumas quadras distante do estádio do Palmeiras.
Babe caiu no radar quando foi tema de um post no fim de junho do crítico de música da New Yorker Sasha Frere-Jones, para quem revelou que deu início ao projeto no começo de 2008, num intiuto de “atender e dar sentido à esses estágio de sua vida”. Daí foi parar na Pitchfork, Stereogum, Uncut e até no blog do quadrinhista Warren Ellis.
Como o próprio Sasha comparou, a música do Babe, Terror tem ecos do novo folk e lo-fi americanos (Animal Collective, Bodies Of Water, No Age, Beach House, etc), com a mesma atmosfera das canções mais escuras do Sigur Rós. É música ruidosa, dissonante e desafiadora, mas com um lado ameno, quase pastoral e infatil – as fotos de crianças que estampam o seu myspace não deixam mentir. O hit seria “Nasa, goodbye”, faixa construída com uma sobreposição barulhos vocais e versos sem sentido aparente, que soa como uma versão demoníaca de um tradicional spiritual americano.
Sem ter feito shows, e ser ter nem nenhum lançamento oficial, Babe se prepara para lançar nessa sexta-feira, dia 05, seu primeiro EP. A a auto-intitulada bolachinha sai em limitadíssimas 300 cópias (que podem ser compradas no e-mail babeterror@gmail.com) e em download gratuito.
Como ele diz no seu myspace, pick up the big headphones. E aproveite a essa estranha e barulhenta viagem.
MP3 Babe, Terror EP
Deixe um comentário