80) “Living well is the best revenge” [MP3]
R.E.M.
Quem declarava o R.E.M. como defunto (era bem fácil depois do “Around The Sun”), levou uma porrada logo nos primeiros segundos do “Accelerate”. Basicamente uma aula de como se fazer rock direto, melódico e saudavelmente pop. Aprendam essa, Tapes n’ Tapes!
79) “Move” [vídeo]
CSS
Num disco composto como um exorcismo de sentimentos ruins, o CSS foi bom mesmo quando voltou para festa, pôs aquele velho disco da Madonna para tocar e se divertiu sem preocupações. E que a festa continue até o terceiro disco!
78) “Why do you let me stay here?” [vídeo]
She & Him
Por mais que ela fosse a irmã roqueira de “Quase Famosos”, levaram alguns anos e um disco para que a nação indie caisse de amores por Zooey Deschanel. Tarde demais. Enquanto espera para ser levada ao altar pelo indie-mor Ben Gibbard, ela se disfarça de Dusty Springfield para fugir com o seu padrinho M. Ward por uma viagem pelos sons doces e adoráveis da América dos anos 60.
77) “Take your time” [MP3]
Al Green feat. Corinne Bailey Rae
Trate-se de um duplo apredizado. Para ela, uma chance para descobrir o que realmente é soul music. Para ele, uma redescoberta do próprio talento, um sopro de auto-confiança. A diferença de 33 anos se esvai na melodia, enquanto as vozes se acariciam, levando o tempo que for para encontrar o prazer. Ela mostra que não é só mais uma menina que anda de bicicleta por ai, e ele, com toda suavidade e elegância, diz quem é que ainda manda por ali.
76) “Chasing pavements” [vídeo]
Adele
Com uma voz grande demais para a pequenês de suas composições, Adele só acerta mesmo quando deixa Mark Ronson tomar conta. Aqui, ele viaja para um pouco antes do seu trabalho com a Wino para nos lembrar, apenas num refrão, como era o pop antes dos anos 60. E como num baile cinquentista, a voz Adele é conduzida pelo arranjo de Ronson, sem nunca errar o passo.
75) “Senses on fire” [MP3]
Mercury Rev
Num disco (na verdade, dois) solapado pela falta de inspiração e pela produção pesada e datada de Dave Fridmann (pelo menos o MGMT se saiu bem dessa), “Senses on fire” foi uma boa indicação do que o Mercury Rev ainda pode fazer. Kraut-rock como se fosse tocado pelo U2, num cinema e não num estádio. Pode até soar estranha, mas é o mais próximo da perfeição que os Revs têm chegado nos últimos tempos.
74) “Electric feel” [vídeo]
MGMT
E no meio da rave hippie em que o MGMT colocou o mundo nesse ano que passou, havia uma motocicleta roxa e uma nave espacial vinda da França. Se ainda não está claro que caminho Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser vão seguir, essa mistura de Prince com Daft Punk soa muito, muito promissora.
73) “Who’s gonna save my soul?” [vídeo]
Gnarls Barkley
O amor complicado e confuso de “Crazy” rendeu várias feridas a Danger Mouse e Cee-Lo Green. Essa é só a maior delas: uma balada soul arrastada, sombria, aterradora em sua crueza.
72) “Friend of ours” [MP3]
Elbow
Mesmo que a banda tenha experimentado outras possibilidades sonoras ao longo do caminho (o prog de “Cast Of Thousands”, a diversidade rítmica e o pop de “Leaders Of The World”), é bom saber que o Elbow ainda consegue executar com perfeição os truques que nos despertaram interesse num primeiro momento. “Friend of ours” deriva das mesmas escolhas estéticas que ainda fazem de “Asleep In The Back” uma das grandes estréias da década: melodia ecoando os discos experimentais do Talk Talk amparada pelos arranjos elaborados que podiam tanto ser do Radiohead quanto do Scott Walker, e tudo isso fazendo cama para o barítono assombroso e dilacerante de Guy Garvey.
71) “Sleepyhead” [vídeo]
Passion Pit
Há muita coisa acontecendo em “Sleepyhead” – sample de Jack Kerouac, camadas e camadas de falsetos, diversos barulhinhos que alternam entre o sonho e a pista de dança, além de texturas que vão do dream pop ao electro bagaceiro – e ainda sim, é impossível não amá-la pelo que ela é na verdade: uma canção pop deliciosa, grudenta e incrivelmente divertida.
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