30) “You came to me” [vídeo]
Beach House
“You came to me” parece até um sonho com uma ex-namorada que não foi totalmente esquecida. Tudo faz um sentido estranho, tão misterioso quanto perigoso. Em parte da canção, você se sente feliz, como se toda aquela cena fosse verdade. Mas ao ponto que você abre os olhos e a melodia toma outro rumo, só resta um sabor amargo, um aperto no peito. Uma indecisão se aquilo foi sonho ou pesadelo.
29) “Chemtrails” [MP3]
Beck
Passando oficialmente por uma crise de meia-idade, Beck chamou Danger Mouse para ser sue guia nessa viagem espiritual e psicodélica que é “Modern Guilt”. No primeiro single do álbum, o loser original caminha sobre uma levada diferente de tudo que ele já se perguntando, como se Paul McCartney em “Eleanor Rigby” 40 anos depois, aonde todas quem são e para onde vão todas aquelas pessoas. Beck pode até parecer emocionalmente perdido (“You and me watching a sea full of people / Trying not to drown”), mas, musicalmente, ele são soava tão bem em muito tempo.
28) “I’m gonna teach your boyfriend how to dance with you (The Twelves remix)” [MP3]
Black Kids
Quando eu coloquei o hit dos Black Kids como a 14º melhor música de 2007, perguntava se com o lançamento do primeiro álbum do grupo da Flórida, era possível que ela ficasse no primeiro lugar em 2008. Culpem a produção do ex-Suede Bernard Butler por ter tirado o brilho da faixa na versão do “Partie Traumatic”. Daí que sobrou para para a única coisa legal de Niterói além do MAC, os Twelves, remixarem a faixa e a transformarem num dos hits de pista do ano. Se no original a canção soa como o Morrisey tentando seduzir a Debbie Harry, esse remix acena tanto para o Go! Team quanto para as delícias do maximalismo franco-australiano.
27) “Winter” [vídeo]
The Dodos
Ainda voltando a lista de 2007, lá eu explicava que, por mais que o intuito dessa lista seja fazer uma retrospectiva do ano que passou, algumas escolhas aqui são pessoais demais para serem explicadas. É o caso de “Winter”, uma canção que pode parecer menor para alguns, mas certamente marcou o meu 2008. Nela, o Dodos, dupla californiana, chega ao seu momento mais singer-songwriter, misturando o freak-folk animalcolletiviano do resto do disco com o apreço pela canção de trovadores como Conor Oberst, John Darnielle (do Mountain Goats) e Elliott Smith.
26) “Walking on a dream” [vídeo]
Empire Of The Sun
Não se deixe enganar pelo figurino exagerado, a direção de arte cafona e o nome horrível. “Walking on a dream” é só pop perfeito. Unindo dois talentos da música australiana recente – Luke Steele, o adorador dos anos 60 por trás do Sleepy Jackson e Nick Littlemore do Pnau, que era synth-popper antes do synth pop virar moda – o Empire Of The Sun fez uma das músicas mais grudentas de 2008 (“We are always running for the thrill of it” é o verso mais verme de ouvido dos últimos tempos), pop oitentista com sensibilidade sixtie como poucos por aí.
25) “Salt, Peppa and Spinderella” [vídeo]
Johnny Foreigner
Ao passo que a new rave vai aos poucos apagando o neon, o que se escuta no porão é o barulho de uma geração que leva da hedonismo multicolorido só o gosto amargo da ressaca. “I think I liked you more when you were worse”, lamenta Alexei Berrow, guitarrista do trio de Birmingham. A explosão das guitarras do final é puro My Bloody Valentine, e o discurso contra os falsos álibis emocionais, a insatisfação lembra aquele velhaco que acabou de ter um filho. Como a 20 anos atrás, algo não parece nada bem com a juventude britânica.
24) “Water curses” [vídeo]
Animal Collective
Antes de lançar aquele provável disco do ano, o Animal Collective soltou um EP no começo de 2008 de sobras do álbum anterior (“Strawberry Jam”, 2007). Como se prevessem que o que viria a seguir iria dividir a carreira em antes-e-depois, em “Water Curses”, faixa título do EP, eles repassam seus últimos trabalhos fazendo um resumo para futuros ouvintes do que ficou para trás. Um dos samples usados remete a “Sung Tongs”, a popice é puro “Feels” e a riqueza da produção mostram que de fato “Water Curses” não merecia ter ficado de fora de “Strawberry Jam”
23) “Magrela fever” [MP3]
Curumin
Em “Japan Pop Show”, Curumin usou o samba do primeiro disco não como fim para sua experimentações, mas como caminho para chegar até elas. Se em outras faixas eles flerta com o hip hop, com soule com o funk, “Magrela fever” mostra Luciano reimaginando o Led Zeppelin como Jorge Ben no lugar de Jimmy Page e Wilson das Neves como John Bonham.
22) “Young love” [vídeo]
Mystery Jets feat. Laura Marling
Saídos de um primeiro disco cheio de problemas em que tentavam juntar o rock progressivo com o novo rock doismilanista, os Mystery Jets foram se reencontrar (como parece que é a moda por esses dias) graças a uma garota folk bem mais jovem do que eles, Laura Marling, quase uma Mallu-britânica. Tão doce quanto a nossa “Janta”, “Young love” vai com moda de brincar com vocais menino-menina que infestou as canções de amor em 2008. E, como as outras, funcionou perfeitamente bem.
21) “Soul on fire” [vídeo]
Spiritualized
Mesmo que durante sua longa carreira tenha chegado várias vezes perto pop britânico clássico, foi em “Soul on fire” que Jason Pierce definitivamente cravou seu nome na lista de grandes compositores pop das Ilhas (que vai de Paul McCartney a Alex Turner). Tudo aqui é grandioso: as orquestrações, o coral, a melodia, os ganchos e principalmente o vocal apaixonado de Pierce.
Deixe um comentário