Melhores Músicas de 2008: 40 – 31

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40) “The lovers are losing” [vídeo]
Keane

O Keane pode tentar brincar com atmosferas, efeitos e outros formatos de canção como fizeram em parte do segundo disco, mas eles só são bons mesmo – e, quase sempre, nem tão bons assim – quando miram no pop grudento, certinho, estrofe-refrão-estrofe-refrão. Num disco em que eles quase deixaram o mimimi de lado para quase cair na pista (às vezes constragedoramente, como em “Spiraling”), “The lovers are losing” soa quase retrógrada, mas é aí que está o segredo: se a casca new wave mostra o Keane se vestindo com a moda de 2008, a melodia é puro Elton John. No mais, um dos refrãos mais grudentos do ano.

 

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39) “Get-well-cards” [MP3]
Conor Oberst

Algumas pessoas viajam para Índia para se encontrar, outras – e esse é o caso de Conor Oberst – subvertem sua própria ordem. Depois de um disco conceitualmente forçado, o trovador indie original finalmente chega à maturidade por um caminho que ninguém esperava: deixando o Bright Eyes de lado, para um esforço totalmente solo. Sozinho e pronto para ser o que quiser, Conor moderniza Dylan em “Get-well-cards”, uma canção de amor que crava uma das frases mais bacanas do ano, “I wanna be your bootlegger / I want mix you with something strange”.

 

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38) “Reckoner” [vídeo]
Radiohead

Depois de um concurso de remix e presença num dos filmes mais legais do ano (“Choke”), deu para perceber que não foi só em mim que “Reckoner” bateu atrasado. Inicialmente, “Reckoner” era o patinho feio de “In Rainbows”, uma música que parecia menos espetacular que “Jigsaw falling into place”, “Weird fishes/Arpeggi” ou “All I need”. Mas, justiça foi feita, e ela brilhou sozinha em 2008. Um dos momentos mais esperados dos shows que vem aí vai ser ver como os malabarismos vocais de Yorke em “Reckoner” funcionam ao vivo. 

 

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37) “L.E.S. Artistes” [vídeo]
Santogold

Numa época em que o “Faça você mesmo” periga virar um fim em si mesmo, Santogold – uma mulher que já passou por todos meandros da criação artística – fala que não, nem todo mundo pode ser artista. Mas ela sim e “L.E.S. Artistes prova isso com excelência. Sobre a melodia densa que sai dos sintetisadores, Santi rosna e late para os diversos embustes da indústria que ela ajudou e ainda ajuda a manter.

 

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36) “Strange overtones” [MP3]
David Byrne & Brian Eno

Mais que uma canção, “Strange overtones” é um abraço entre dois amigos (e gênios) depois de um longo hiato sem colaborarem musicalmente. Para quem pode conviver com os discos dos Talking Heads e o primeiro álbum só da dupla (“My Life In The Bush Of Ghosts”, clássico de 81), nem parece que foi tanto tempo, devido a atualidade daquelas canções. A letra de Byrne até diz que que esse groove ficou fora de moda e essas batidas já ficaram velhas, mas é só ouvir “Strange overtones” para perceber que, dessa vez, ele está bem errado.

 

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35) “Pop lie” [MP3]
Okkervil River

Se em 2007 o Okkervil River lembrou aos indies que acham que vivem em “Juno” ou “Trainspotting” que a vida não é um filme, em 2008 eles dizem que todas as canções pop são mentiras. E que melhor maneira de dizer isso do que fazendo uma bela canção pop? Sim, é tudo mentira e, como diz o próprio Will Shieff, “you lying when you sing along”. Mintamos todos então.

 

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34) “Kids” [vídeo]
MGMT

Precisou que dois americanos regatassem uma música de 2005 para que new rave ainda fizesse algum sentido em 2008. A NME, que foi quem acendeu o primeiro neon dessa história, caiu direitinho. Nós também. Rave on!

 

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33) “Graveyard girl” [vídeo]
M83

Quem diria que John Hughes seria o suprassumo do zeitgeist de 2008? Enquanto os anos 90 começam a raiar de volta, o Anthony Gonzalez pede sua atenção para mais um banho de nostalgia oitentista – talvez o último – tanto para quem viu “Gatinha & Gatões” no cinema, quanto para audiência da Sessão da Tarde. 

 

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32) “Tristeza” [MP3]
MoMo

É difícil para quem nunca ouviu o primeiro disco (“A Estética do Rabisco”, de 2007) do mineiro-carioca Marcelo Frota, entender o que “Tristeza” representa na sua obra. Se aquele é um disco de nuvens nebulosas e tempestades, na peça central de “Buscador”, Marcelo clama pelo sol e pela esperança numa das melodias mais belas do ano para, então, num solo de guitarra, encontrar a redenção.

 

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31) “Raquel” [MP3]
Neon Neon

Dos vários senãos que possam ser apresentados contra o revival oitentista que marcou essa década, um dos que eu mais acho válido é essa tendência de alguns artistas exagerarem no resgate do que foi cafona, exagerado e descartável usando simplesmente o argumento do guilty pleasure. Ninguém precisa de dois Chromeos, certo? Como cara escolado nos bons sons que é, Gruff Rhys seguiu o caminho da elegância ao reciclar o synth-pop, o electro e o hip hop da fatídica década no seu projeto paralelo ao lado do produtor Boom Bip. “Raquel” é o melhor exemplo disso: extramente divertida e saudosista, sem nunca, nunca, subestimar o seu bom gosto.

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