Quem: Nancy
Disco: “Chora, Matisse!”
Previsão de lançamento: fevereiro/março
Sai por onde: lançamento independente, direto na internet
O que dá para esperar: canções melódicas, bem aranjadas e com várias quebras de andamento, passeando entre o pós-punk, pós-rock e, quem sabe, “black metal para namorar”.
O que já dá para ouvir: “Keep cooler” e “Glicerina dreaming” para baixar na RCRDLBL, “Inbox drama” e “Mamba negra fashion week” em streaming no myspace.
“NÃO ESTAMOS MAIS NOS ANOS 80, BRÓDER. VALEU.” Foi essa a resposta dada pelo pessoal da Nancy a um dono de selo brasileiro, quando ele disse lançaria o primeiro disco, mas que era contra colocar as MP3s na internet.
Ninguém precisa mais dizer o quanto a internet é importante no dia-a-dia de uma banda, mas para a Nancy – hoje formada por Camila Zamith (vocal), Praxis (guitarra), Dreaduardo (bateria), Munha (baixo), Fernando Lanches (guitarra) e Ivan Bicudo (teclado e escaleta) – a rede, mais que uma ferramenta, foi a maneira encontrada para manter a banda unida mesmo a distância.
“Chora, Matisse!”, o primeiro disco da banda, foi composto quase todo por e-mail, como explica Praxis:
A banda já existia na epoca em que eu e a Camila estudávamos na UnB, mas depois da faculdade nos mudamos. Eu fui morar no Rio e a Camila foi fazer mestrado em Londres. Mesmo com a distância percebemos que queriamos continuar a fazer musica juntos, então passamos a trocar pedacinhos de novas composições por email. Eu gravava uma guitarra no laptop, mandava pra ela, que respondia com uma ideia de vocal e vice versa. Fizemos umas dez músicas assim. Quando a Camila sinalizou que teria umas semanas pra passar no Brasil e gravar, reformei a banda. Fomos pro estúdio e transformamos aqueles rascunhos em músicas de verdade.
O disco está sendo finalizado – “Ainda estamos mexendo em algumas musicas, refazendo uns detalhes e adicionando outros elementos” diz Praxis – e deve ser precedido por um EP virtual da música “Keep Cooler” (umas das melhores músicas do ano passado pelo Bloody Pop), que será lançado em diversos serviços de venda de música digital no dia 10 de março. Uma turnê está sendo agendada, incluindo data internacionais pegando carona no show que a banda deve fazer no festival texano South By Southwest no fim de março.
Musicalmente, a Nancy é uma banda mais fácil de gostar do que de descrever. É melódico, mas não da maneira que você está acostumado. É experimental, mas passa longe de ser cabeçudo ou inacessível. É pop sim, mas é bem mais elaborado que a média. Já falaram em “black metal para namorar”. Pode ser. Sobre o “Chora, Matisse!”, Praxis só disse uma coisa: “É tipo o disco da Xuxa rodando ao contrário”. Por mim tudo bem.
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