Quem: Supercordas
Disco: “A Mágica Deriva Dos Elefantes”
Previsão de lançamento: primeiro semestre
Sai por onde: ainda não decidiram
O que dá para esperar: psicodelia, guitarras e elefantes
O que já dá para ouvir: “Mágica” no TramaVirtual
“Vai soar muito mais esquizofrênico, experimental e pop ao mesmo tempo”. Essas palavras devem ser lidas com um cuidado especial, pois vem de Bonifrate, principal compositor de um dos discos “mais esquizofrênicos, experimentais e pop ao mesmo tempo” da música brasileira recente, o “Seres Verdes Ao Redor” do Supercordas.
Se no primeiro álbum eles viajavam através de sapos, folhas e outros seres da cor da clorofila, dessa vez o Supercrodas busca nos elefantes a inspiração para seja-lá-o-que-for que eles andam cozinhando em estúdio:
Eu lembro de ler sobre um elefante viciado em heroína e um outro que estava apaixonado e quase destruiu uma vila inteira pra chegar perto da elefante amada, e ao mesmo tempo andei estudando sobre as viagens de caravela no século XVI que traziam elefantes da Índia para Portugal. Talvez tudo isso tenha influenciado, mas no título os elefantes aparecem como metáfora para a memória, para o pensamento denso e sólido que se encontra em plena decadência nos nossos meios artísticos, culturais e políticos.
Elefantes a parte (ou nem tanto), “Mágica”, o primeiro single do disco (e de onde vem a frase do título), mostra o Supercordas se distanciando aos poucos da psicodelia sixtie, para um som mais elétrico, quase setentista. É o Mutantes de “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado”, só que reprocessado pelo pessoal da Elephant 6.
O disco, na verdade, começou a ser composto antes do “Seres Verdes”, como explica Bonifrate:
O processo se deu ao longo de mais ou menos três anos. Antes de fecharmos o primeiro álbum eu já tinha as duas primeiras deste novo feitas. Só quando ouvi uma música do Valentino e pensei que seria um belíssimo fechamento pro disco é que comecei a considerar um todo orgânico possível. A partir dessas extremidades, fomos pensando nas canções do meio. A maioria delas partiu de mim, mas os outros Cordas devem dar algumas contribuições também. É normalmente assim que idealizo um disco, começa pelas extremidades.
Seja no meio ou nas extremidades, o álbum já tem uma lista de nomes que barra quaisquer outros nomes de música em 2009: “Orquestra de mil martelos”, “Um grande trem positivista”, “Declínio e queda do Império Magnético”, “Eu não tenho sorte nessa vida”, “Mumbai”, “Índico de estrelas”, “Asclépius”, “A minha estrela bailarina” e “O céu sobre nossas cabeças”
“Mais esquizofrênico, experimental e pop ao mesmo tempo”, a frase volta à minha cabeça. Então, deve ser assim mesmo.
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