Quem: Do Amor
Disco: ainda sem título
Previsão de lançamento: primeiro semestre
Sai por onde: ainda não decidiram
O que esperar: “Hot Mamas!”, segundo Marcelo Callado
O que já dá para ouvir: versões demo de “Brainy Dayz”, “Chalé”, “Dar uma banda”, “Isso é carimbó”, “Pepeu baixou em mim” e “Perdizes” gravadas ao vivo no estúdio Hanói no Rio em 2007, disponíveis no Last.fm/Myspace/TramaVirtual
É interessante pensar que a primeira coisa que ouvi (em off) Do Amor sobre esse disco foi sobre a intenção deles de soarem como uma banda. Estava lá eu na Cinemathèque para entrevistá-los na passagem de som daquele show que acabou indo para minha lista de 10 mais, esperando eles decidirem qual seria o setlist da noite, quando, de repente, o guitarrista Gabriel Bubu fala para o baterista Marcelo Callado que finalmente tinha conseguido ouvir o disco do Vampire Weekend e que queria muito aquela sonoridade de banda tocando junto, quase ao vivo, que ele tinha percebido no disco do americanos.
A história é interessante porque o Do Amor é hoje a banda mais desejada do Brasil pelos seus pares. Todos tocam com a Nina Becker, com Jonas Sá, metade com o Caetano, Bubu já tocou com os Los Hermanos, o Ricardo Dias Gomes é até hoje tecladista do Brasov, Callado é ex-Canastra, Benjão já tocou com o Nervoso, com Totonho e os Cabra, e todos eles já devem ter tocado com várias outras pessoas que eu não me lembro mais. (Sério, alguém precisa fazer um diagrama de “bandas conectadas ao Do Amor” para facilitar a vida de quem escreve sobre eles!). Então, por que a banda-brasileira-mais-adorada-por-outros-artistas estaria tão preocupada em soar, uhm, como uma banda?
A resposta está em cima do palco. Ao vivo, mais do que qualquer outra, o Do Amor é uma banda. Tudo ali é pura cumplicidade, compreensão, afinidade musical transbordando para o público. É uma energia completamente diferente de qualquer outra banda que eu já tenha visto. É quase uma conversa de bar entre amigos transformada em música. Daí a dificuldade e preocupação em passar tudo isso para o primeiro disco.
Para tarefa, tiveram a ajuda do amigo Chico Neves (que já trabalhou com Los Hermanos, Lenine, Skank, Paralamas etc) para conduzir as gravações, que foram tranquilas, com conta o baterista Marcelo Callado:
Foi legal pois no estúdio a banda teve condição de parar, ouvir, pensar e criar mais em cima daquilo que já vinha se construindo e desenvolvendo nas apresentações ao vivo. A partir disso, algumas coisas se modificam e outras não, mas a essência é a mesma.
O álbum deve incluir 6 faixas vindas do EP Ao Vivo No Hanói, 4 inéditas, outras 3 que já vem sendo tocadas ao vivo e mais um cover supresa de um clássico da MPB (“Lindo Lago Do Amor”?). Sobre como o disco está soando, Callado é sintético: “Hot Mamas!”. Bem, eles devem ter conseguido o que queriam.
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