Entrevista: Pélico

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Ele nunca gravou com artistas conhecidos. Não tem música na novela e não é nenhum Brad Pitt. Na verdade, é um paulista como muitos outros e que podem passar despercebidos por você na rua. Mas o nosso entrevistado foi captado pelo radar da boa música do nosso blog e depois de alguns contatos resolveu nos concedeu a seguinte entrevista.

Robson Pélico, mas conhecido como Pélico, lançou seu primeiro disco no ano passado, “O Último Dia de Um Homem Sem Juízio” (Monga Records, compre aqui), que encantou alguns críticos com seu pop rock levemente esquisito. Aqui ele fala um pouco da sua curta carreira, de como entrou na mundo da música, sobre o mundo independente e sobre seu álbum.

Bloody Pop: Começando simples, como é que você entrou na música? Que instrumento começou a tocar? Quem te influenciou?

Pélico: Meu avô tocava muito bem violão. Era seresteiro. Aos domingos eu ia lá na casa dele vê-lo tocar suas modinhas, valsas e boleros. Daí, acho eu, que começou a despertar meu interesse por música, eu digo, por tocar algum instrumento. Porque antes disso eu já gostava de ouvir os discos do meu pai, pedia discos de presente de aniversário e tal.

BP: Além do básico violão, que outros instrumentos você toca?

Pélico: Não me considero um multiinstrumentista. Toco violão e guitarra, mas gosto de brincar com outros instrumentos, tipo sintetizadores, baixo e algumas coisas de percussão.

BP: Embora no seu Myspace esteja falando que você nunca pertenceu a nenhuma banda, nem tocou com grandes artistas, você já tocou com o Bazar Pamplona e Rafael Castro em shows. Com quem mais você já tocou por aí? É meio como: “A união faz a força” entre os artistas independentes?

Pélico: Então, esse meu anti-release está meio desatualizado (hahaha). Gosto muito de tocar com os Bazares e o Rafael Castro, sempre que sou convidado, apareço pra dar uma canja. Não penso nessa coisa da “união faz a força”, tudo foi muito natural, sem qualquer intenção de se unir por uma causa. Toco com eles porque gosto do trabalho deles e talvez por isso ficamos amigos. Em novembro do ano passado eu participei de um projeto em homenagem ao Raul Seixas no Sesc Pompéia (SP). Cantei com a Elza Soares, Marcelo Nova e a Rebeca Matta. Foi uma experiência sensacional, sempre quis cantar Raul de verdade, sabe? Foi muito divertido!

BP: A sua banda é formada pelo Loco Sosa e Jesus Sanchez, que pertencem entre outras bandas, ao Los Piratas e pelo Regis Damasceno do Cidadão Instigado. Como é que rolou este convite? Não é complicado tocar com caras de outras bandas? As agendas não chocam? O que eles podem agregar a sua sonoridade?

Pélico: Quando comecei fazer a pré-produção do disco, pensei em alguns caras pra participar, já conhecia o Loco e já tinha visto algumas vezes o Regis tocar. Aí foi fácil! Fiz o convite e eles toparam gravar. Deixamos meio acertado que quando rolasse show eles também fariam. É freqüente problemas com as datas, mas eu tenho alguns substitutos na mão, como o João Victor (Bazar Pamplona) na guitarra, Cláudio Tchernev na bateria. Eu gosto de tocar com o Jesus Sanchez, Loco e Regis porque eles participaram do disco, entendem a história e são grandes músicos.

BP: O seu primeiro CD, “O Último Dia de um Homem Sem Juízo”, saiu ano passado. Quanto tempo levou para ele ficar pronto?

Pélico: Não me lembro exatamente quando comecei a gravá-lo, porque eu fiz muita coisa em casa, mas acho que demorou um pouco mais de um ano.

BP:Você lançou um Ep, mas não encontramos nem sinal dele, nem no Trama nem no Myspace. As músicas que estão nele foram regravadas no disco? Ganharam cara nova?

Pélico: As seis faixas do EP entraram no disco. A diferença do EP e do CD é bem sutil, só remixei.

BP: Ao contrário de muitos artistas independentes, você não tem nenhum link (na cara) para baixarmos o seu disco na rede. Você não acha que disponibilizando-o gratuitamente na internet, não seria mais fácil difundir o seu trabalho? No Trama, por exemplo, só conseguimos baixar três faixas. Existe algum convênio com alguma distribuidora?

Pélico: É, não disponibilizar (na cara) o disco pra baixar pode atrapalhar um pouco, mas acredito que downloads (clandestinos) já ajudam muito a divulgação do disco. Não posso colocá-lo inteiramente na net, porque tenho um selo (Monga Records) e a Tratore como distribuidora. Tanto o selo como a distribuidora, têm seus próprios esquemas de venda online.

BP: E shows? Alguma turnê agendada?

Pélico: Dia 29 de março toco no projeto Folk This Town! aqui em São Paulo, num outro formato de show, que é bem diferente do disco; sanfona, baixo e violão. No final de abril vai rolar uma turnê no nordeste, mas não tenho as datas certas ainda.


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