Em suas próprias palavras, João Brasil se descreve como “cantor, compositor, multi-instrumentista, mito, hit-maker underground, natureza subversiva, gênio para alguns, viciado em comunicação e música pop, faz músicas bem-humoradas e sarcásticas, ou seja, um cara legal.”
Desde pequeno, João sempre foi um cara da música. Aos 17 anos teve sua primeira banda o Boi Zebu, na qual fez shows históricos no eterno bar Empório em Ipanema e até chegou abrir para Claudinho & Buchecha.
Publicitário de formação, logo após a faculdade João se mudou para Boston onde foi estudar produção de música eletrônica na renomada Berklee Music College. Ao voltar para estas terras, junto ao amigo João Ferraz, abriu o Lontra, um estúdio e produtora musical no bairro do Humaitá no Rio.
Juntando suas paixões por musica, humor e comunicação com suas habilidades musicais, começou a compor, detalhe, ele toca todos os instrumentos de suas músicas. Foi numa dessas que surgiu o hit “Baranga”. Com ajuda de Marcos Mion, João foi lançando ao estrelato, lançou pela Som Livre o ótimo CD “8 hits ” e fez até uma participação antológica no Domingão do Faustão.
Mas a mente incansável de João não podia ficar restrita a canções. Então decidiu juntar seu conhecimento musical com sua paixão pelo mashup e lançou na internet de graça o brilhante “Big Forbidden Dance” (disponível aqui), onde faz um verdadeiro pout-pourri de estilos em uma música, desde lambada com Planet Rock do Afrikka Babaataa até Metallica com Dança do Créu . O que faz de “Big Forbidden Dance” mas um marco na história desse gênio e mito underground.
O Bloody Pop então foi atras dele para uma rápida entrevista, onde João fala de seu novos projetos, seu futuro e a mística sobre ele.
Bloody Pop: Você surgiu com hits canastrões como Baranga e Cobrinha Fanfarrona, e agora virou um fiel representante da cena Mashup brasileira e foi carinhosamente apelidado de Girl Talk Tupiniquim. Como aconteceu essa transição?
João Brasil: Então… muitas casas noturnas começaram a me convidar como DJ, por causa da exposição da MTV e das músicas eletrônicas canastronas. Fiquei supreso que poucos se interessavam pelo show (onde dois músicos me acompanhavam) propriamente dito. Eles queriam o “João Brasil” como DJ! Já tinha feito uns três mashups por influências dos meus amigos jornalistas Alexandre Matias e Bruno Natal e pensei: Sou produtor e nunca vou me contentar em tocar apenas músicas dos outros. Ouvi o disco do Girl Talk – Feed the animals e pirei! Vi ali uma linguagem de forma interessante que podia ficar legal com batidas de funk. Então fiz o Big Forbidden para tocar minhas próprias produças como DJ.
BP: Qual o seu processo de criação de um mashup?
João Brasil: Primeiro eu tento pensar no que pode ser mais exquisito de se misturar, coisas que ainda não foram misturadas. Adoro a mistura do Hype X povão X Cabeça X Cafona.
BP: Como foi a aceitação do seu público a essa nova fase?
João Brasil: Foi maravilhosa! Toquei em Porto Alegre no ano passado e a maiorias das pessoas não conhecia Baranga. Me contrataram 100% por causa do BFD!
BP: Com o sucesso de Big Forbidden Dance, quando vamos poder ouvir novos mashups?
João Brasil: Acabei de fazer um Tropical Mix para o N.A.S.A. – Whachadoin. Estou começando a preparar meu novo álbum de mashups que quero lançar até o final de Maio. Já tem uma música quase pronta!
BP: Você pretende lançar um sucessor de 8 hits, com mais canastrices? Ou isso é passado?
João Brasil: Por enquanto um disco de canções não, apesar de achar o mashup em si uma grande canastrice. Mas sei que um dia essa vontade de fazer canções vai aflorar em mim de novo e eu não vou me reprimir, pode ter certeza.
BP: E esses remixes que você tem feito com lambada? De onde surgiu a idéia? Beto Barbosa é o novo hype?
João Brasil: Eu queria muito que o Beto Barbosa voltasse a ser hype! Estou fazendo meu movimento! Se o hype é uma coisa inventada, por que não inventar um hype com elementos nossos tb. Meu maior tesão é fazer as pessoas dançarem com seus maiores preconceitos.
BP: Você tem feito alguns trabalhos que misturam música e vídeo. De onde surgiu a idéia? Quais são seus planos para esse tipo de trabalho?
João Brasil: Acho que isso é o máximo da comunicação, vc atinge as pessoas de uma forma muito mais expressiva. A idéia veio do número de acessos do youtube que são infinitamente maiores que os do myspace. Quando vi o Mike Relm e o DJ Yoda pensei: É esse caminho que quero seguir com as minhas apresentações. Estou indo para Londres em Agosto fazer meu mestrado em “interactive media”.
BP: Como lidar com a reputação de mito e lenda?
João Brasil: É bem tranquilo, pouquíssimas pessoas foram expostas a essa informação.
BP: Pude perceber que em seus shows, ninguém fica parado, e se ta parado, você vai lá e chama para dança. Qual é o segredo de fazer uma pista bombar?
João Brasil: Tem que ser um misto de: observação, estar preparado para públicos diferentes, se divertir e cagar para tudo isso ao mesmo tempo.
BP: Em 2009 já tivemos a ótima Dancing Cheetah (que volta para um segunda temporada né?), o que vem mais por ai?
João Brasil: A Cheetah fechou todos os domingos de Maio no 69, em Ipanema. Vamos ter uma Calzone em Abril que em breve digo onde é. Tô mergulhado agora no processo criativo do álbum novo. Acho que é isso!
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