No cabalístico 9 de setembro de 2009, o Beirut não precisava nem ter feito um bom show no Rio, como fez. A plateia já estava entregue antes mesmo de Zach Condon e cia. subirem no palco do teatro Oi Casa Grande.
Mal a banda chegou na metade de “Nantes”, a música que abriu os trabalhos, a grande maioria dos que estavam sentadinhos em suas poltronas nos shows anteriores – o Beirut veio como parte da programação da edição 2009 do Percpan (Panorama Percussivo Mundial) – correu para a frente do palco. Era óbvio que isso aconteceria, e foi melhor assim.
Nesta noite de quarta-feira, Zach Condon e seus companheiros viveram um caso de amor com o público carioca. Mesmo quando o rapaz dava uns tragos numa dose de marvada que o acompanhava no palco e causava uma certa apreensão nos presentes – lembram do que aconteceu em Salvador? -, era coisa passageira. Até mesmo um providencial isopor repleto de garrafas de cerveja colocado ao lado da bateria não foi muito usado pela banda. Nada atrapalhou a festa.
Nem mesmo uma ou outra microfonia passageira, ou uma música com o som um pouco mal equalizado, incomodaram os presentes. Na verdade, acho que a única pessoa na casa a se incomodar com alguma coisa foi o chato aqui – pra mim, o som da bateria só se acertou mesmo lá pra “Sunday Smile”, a última antes do bis. Mas, no geral, tudo soou bem no Oi Casa Grande, principalmente os instrumentos de sopro.
A seleção de músicas atendeu plenamente os anseios da plateia, que cantou “Postcards From Italy” (até mesmo a parte instrumental) e “Elephant Gun” (claro), entre outras, em uníssono. O Beirut deu um belo passeio pela carreira, tocando material antigo e recente, com ênfase no EP duplo “March of The Zapotec/Holland”, que saiu nesse ano.
Simpático, Zach Condon não deixou de arriscar seu português. Quando pegou o ukulele, murmurou “…cavaquinho!”. Lá pelas tantas, soltou um hilário “Toca Raul?!”. E no final de “Postcards from Italy”, agradeceu ao dizer “Obrigado por…cantar com…migo!”.
No bis, mais provas da empolgação do grupo em terras cariocas. A primeira música na volta ao palco foi “Brazil”, a célebre versão de “Aquarela do Brasil” em inglês. Depois, “Gulag Orkestar”, que encerraria o show se Jon Natchez, misto de trumpetista, tecladista, vocalista etc. não pedisse aos colegas de banda para tocar mais uma. Assim, “Siki Siki Baba” fechou a noite.

Setlist:
Nantes
The Shrew
Mimizan
Cozek
Elephant Gun
Postcards From Italy
My Wife
Javanaise
Wroclai
The Akara
Scenic World
Cherbourg
Sunday Smile
Brazil
Gulag Orkestar
Siki Siki Baba
Deixe um comentário