O Cassim & Barbária começou como um projeto solo de Cassiano Fagundes, compositor curitibano radicado em Florianópolis que conquistou certa notoriedade no cenário indie nacional com a “replacementiana” Bad Folks. No entando, a medida que foi recrutando os seus músicos de apoio, ele viu que aquilo teria de ser muito mais que um mero projeto paralelo. Primeiro veio Eduardo Xuxu, ex-guitarrista da Pipodélica e, mais tarde, o gordinho mais simpático do circuito fora do eixo, Guilherme Zimmer, líder da banda de surf music anarquista Ambervisions. A união dessas três cabeças pensantes da música catarinense deu cria a esse monstro de sete cabeças precisamente intitulado de Cassim & Barbária
O som tem uma levada pop, muito devido aos hooks certeiros de Cassiano: That Old Spell se sustenta numa melodia suingada e em efeitos fantasmagóricos que representam um Mercury Rev ensaiando um cover de Prince, enquanto que This Place Called Feeling é como um daqueles pop radiofônicos gostosos do Teenage Fanclub. Mas a influência da verve experimental-maluca de Zimmer (que tem um projeto de noise chamado A Besta) não passa batida, principalmente no krautrock de Blixa, permeado de um duelo entre as guitarras de Xuxu e Cassiano. A música mais bacana do EP, Libertaria Madagascar, é um dançante hit que poderia ter saído de Metal Box do Public Image Ltd.
Se você estiver nas cidades que ainda recebem o circuito dos festivais independentes nacionais como João Pessoa, Natal, ou Goiânia, não perca a chance de ver os caras ao vivo, onde as músicas ganham ainda mais energia e originalidade com as improvisações e surpresas do grupo.
Noise pop, industrial, krautrock, psicodelia, tudo misturado: a Cassim & Barbária é definitivamente uma das bandas mais originais a pintarem no rock nacional nessa última rica safra colhida de dois a três anos pra cá.
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