Num sábado de calor infernal em São Paulo (no início da noite a temperatura era de 26 e durante o dia alcançou 31 graus), a curitibana Banda Gentileza fez o show de lançamento de seu disco homônimo. O lugar escolhido foi o Espaço Mais Soma, mix de galeria de arte, barzinho pré-balada, livraria e redação da excelente revista de mesmo nome, cuja área externa foi um alívio ao tempo abafado.
O show começa às 21h30, com a primeira faixa do álbum, “Coracion”. A ordem das músicas apresentadas foi praticamente a mesma do CD. Se na versão de estúdio “Coracion” Lembra um pouco Los Hermanos, ao vivo ganha em peso, assim como “O indecifrável mistério de Jorge Tadeu”, que veio na sequência. Destaque para o trompete de Artur Lipori e o sax de Tetê Fontoura.
Com letras em português e fazendo uso de instrumentos tão estranhos a uma banda de rock quanto violino e concertina (um tipo de acordeão), além dos já citados trompete e saxofone, a Banda Gentileza promove uma gostosa mistura de ritmos, fazendo uma ponte entre as férteis cenas atuais do rock alternativo (ou indie, como preferirem) e da MPB. A cozinha mais convencional é garantida por Diogo Fernandes na bateria e Emílio Mercuri na guitarra (mas ele também toca violão e viola caipira).
“Teu capricho, meu despacho” é uma das músicas em que o vocalista Heitor Humberto faz uso de um violino. Em “Preguiça”, Plínio Profeta, que assinou a produção do disco, participa tocando cavaco, emprestando um pouco de carioquice ao samba curitibano. Profeta aproveita e continua na música seguinte, “33B”.
A bem-humorada “Sempre quase” ganha a adição de maracas e concertina e a grooveada “Sintonia” botou o público para dançar. O show termina com mais uma vez Diego trocando o baixo pela concertina e com o violino de Heitor em “Pseudo eu”, num clima que lembrou um pouco o recente show do Gogol Bordello. Aliás, fica a dica para a produção do Indie Rock Festival, que em sua perna paulista não teve banda nacional: a Banda Gentileza é certeza de diversão.
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