20 Nomes Para Ficar Ligado Em 2010: all around the world

Na segunda parte do nosso especial sobre novos artistas, damos uma geral no que tem rolado de bom fora do Brasil.

Class Actress

NY, EUA
Myspace
Lembra: New Order, Postal Service, Neon Indian,
Ouça: “Adolescent Heart” e “Careful What You Say”

A atriz de classe que era Elizabeth Harper no início de sua carreira se atinha ao estereótipo de “cantora & compositora”, fazendo o tipo de música que é tão obviamente ligada ao próprio rótulo que acaba sendo um pouco previsível. Mas foi só depois de mexer com atuação (a moça é formada em teatro) e com música baseada principalmente em guitarra e violão que Harper encontrou sua praia. Ela continua sendo tanto cantora quanto compositora, no sentido mais geral dos termos, mas Class Actress, trio em que toca synthpop deliciosamente melancólico, é bem diferente da categoria em que se encaixam José Gonzales e Sufjan Stevens.

Tudo bem que oitentismo não é a coisa mais difícil de encontrar hoje em dia, mas enquanto a última modinha veio na roupagem da baixa fidelidade do chillwave/glo-fi, o trio mantém a produção límpida e a fidelidade altíssima no pop agridoce de “Adolescent Heart” e “Careful What You Say”. Com “Journal of Ardency” – primeiro EP da banda – com estréia marcada (dica: já vazou) pro dia 9 de fevereiro pela Terrible Records, o projeto já tem um LP prontinho. Só falta encontrar quem lance, o que, a julgar pela qualidade da música deles, não vai ser muito difícil. (Rafael Abreu)

Delphic

Manchester, Inglaterra
Myspace
Lembra: New Order, Cut Copy, Klaxons
Ouça: “Counterpoint”, “Acolyte”

Para quem acompanha o blog há algum tempo, o Delphic já é quase um velho conhecido. No momento em que ouvimos o single de estréia da banda, a épica “Counterpoint”, dava para sacar que aquele trio era um dos que valia acompanhar durante o ano. Mesmo com os dois pés ficados na sonoridade oitentista, – basicamente New Order pós-Blue Monday pré-Technique um pouco mais ravey – o grande diferencial do Delphic é a maneira stadium-size em que eles operam. De todos os grupos de synthpop surgidos durante esse revival, nenhum conseguiu fazer o que eles estão fazendo, sem perder credibilidade artística (alou Brandon Flowers), como comprova primeiro álbum do grupo (“Acolyte”), que já corre solto por aí e é um dos grandes até agora. (Livio Vilela)

Free Energy

Filadélfia, EUA
Myspace
Lembra: Thin Lizzy, Weezer, Phoenix
Ouça: “Dream City”, “Free Energy”

Imagine se o Weezer pós-The Green Album tivesse só canções legais e sem o mimimi nerd de Rivers Cuomo. Riffs, refrões e solos de guitarra fanfarrões apenas. Agora pense tudo isso com a supervisão da DFA, incluindo algumas faixas produzidas pelo próprio James Murphy. Isso é o Free Energy.

Quase um Phoenix americano, o quinteto é a aposta da DFA para 2010 (junto com o disco novo do LCD Soundsystem, óbvio) e até aqui tem dado certo. É deles o melhor “na na na na” do ano, presente na deliciosa “Dream City”, que além de um bom trabalho vocal, tem um sax no limite do brega e um riff markbolaniano. Hit good vibe do ano, já. (Livio Vilela)

Joy Orbison

Londres, Inglaterra
Myspace
Lembra: Burial, Four Tet
Ouça: “Hyph Mngo”, “Wet Look”

O rostinho de garoto triste diz pouco sobre Peter O’Grady, produtor londrino de 22 anos (e que começou a fazer música aos 13) mais conhecido como Joy Orbison. De triste, sua música não tem nada aliás. Contaminando o dubstep com a euforia do house e da disco (e uma preocupação harmônica digna de bandas de rock), Peter assumiu a posição de vanguarda do gênero (para não dizer salvador) a partir do lançamento do seu incrível single “Hyph Mngo”, uma das nossas faixas preferidas do ano passado. Suas produções mais recentes, contidas no EP de três faixas “The Shrew Would Have Cushioned”, só aguçam a curiosidade para o que deve ser um álbum-cheio do rapaz, uma daquelas obras que parecem destinadas a rachar um gênero em antes e depois. (Livio Vilela)

Local Natives

Los Angeles, EUA
Myspace
Lembra: Fleet Foxes, Magic Magic, Grizzly Bear
Ouça: “Wide eyes”, “Camera Talk”

Boas canções serão sempre boas canções. Mesmo com a artilharia do anti-hype detonando o Local Natives por soarem como um encontro entre Fleet Foxes, Vampire Weekend e Grizzly Bear, não dá para fugir do fato que o quinteto tem talento para escrever as tais boas canções. Pegue por exemplo, “Wide Eyes”. Você já deve ter ouvido diversas canções parecida e mesmo assim é impossível não amá-la. O primeiro álbum da banda, “Gorilla Manor” (lançado na Inglaterra em 2009 e previsto para março nos EUA), está cheio delas, seja em versões mais aceleradas (“Camera Talk”) ou baladinhas (“Who Knows Who Cares”, de cortar o coração). (Livio Vilela)

Suckers

NY, EUA
Myspace
Lembra: Clap Your Hands Say Yeah, Yeasayer, Dirty Projectors
Ouça: “It Gets Your Body Movin’”, “Beach Queen”

Pela foto acima já dá para ter uma leve idéia do que esperar do Suckers. Psicodelia neo-hippie vinda Brooklyn com alguma influência dos Talking Heads não é exatamente uma coisa nova – CYHSY, MGMT, Yeasayer, de quem são amigos, aliás – mas funciona bem para o quarteto. O segredo aqui é que eles adicionam à mistura uma boa dose de rock de estádio (mas sem o messianismo do Arcade Fire) e compõem pequenos hinos, como o triunfante single de estréia “It Get Your Body Movin”, que pelo nome até sugere ser um hit de pista, mas passa longe disso. (Livio Vilela)

Surfer Blood

West Palm Beach, EUA
Myspace
Lembra: Holger, Real State, Vampire Weekend
Ouça: “Swim (To Reach The End)”, “Floating Vibes”

Imagine se todas as guitar bands americanas da safra recente fossem uma só e você terá uma boa imagem mental do que é o Surfer Blood. Modus operandi DIY? Afro-pop? Filhotes de Dinosaur Jr? Folk-rock? Vozes masculinas harmonizadas? Bromance no ar? Sim, tem tudo isso ao longo das incríveis 10 faixas do recém-lançado disco de estréia da banda, “Astro Coast”, cuja maior parte foi gravada no dormitório da universidade de um dos integrantes. (Livio Vilela)


The Drums

NY, EUA
Myspace
Lembra: The Cure fase “Three Imaginary Boys”, The Strokes fase “Modern Age EP”, The Smiths fase “Hatful Of Hollow”
Ouça: “Let’s Go Surfing”, “I Felt Stupid”

“Já que eu não tava fazendo nada de produtivo, eu simplesmente liguei pro Jacob e disse, sabe, vamos montar uma banda.” É assim que Jonathan Pierce, um dos quatro garotos com cara de meninos que formam os Drums, descreve o gênesis do grupo. Faz sentido. O som do conjunto, que põe Cure, Smiths, Ronettes e Shangri-las em pé de igualdade, é o tipo de coisa que parece ter brotado pronto, sem muito esforço. O resultado disso é um pop fácil e robusto que consegue unir dissonância e melodias pegajosas e pueris em um pacote excelente (vide “Me and the Moon”). Com o “Summertime! EP” já lançado em 2009 com pelo menos um possível hit indie (“Let’s Go Surfing”), o grupo já deve ter um disco pronto, já que no segundo semestre do ano passado já estavam o finalizando pra lançamento no início de 2010. É esperar pra ouvir. (Rafael Abreu)

Toro Y Moi

Columbia, EUA
Myspace
Lembra: Neon Indian, M83, Memory Tapes
Ouça: “Blessa”, “Talamak”

Toro Y Moi é obra do produtor Chaz Bundick, que sim, é mais um americano fazendo eletrônica lo-fi. Daí que ao contrário dos seus pares – Neon Indian, CFCF, Memory Tapes, Washed Out – Chaz não perde tempo com rigores conceituais, o que faz o projeto ter uma vibe muito mais diversa. Por exemplo, “Blessa” lembra as viagens psicodélicas do Panda Bear, enquanto “Talamak” é pura new wave de quartinho (ver: Neon Indian) e o b-side “109” um roquinho de matriz ramônica.

Ainda é um pouco difícil prever se ele vai conseguir transformar tudo isso em algo realmente incrível, mas o seu primeiro registro completo, “Causers Of This” (lançado pela Carpark Records, com o segundo chegando no próximo semestre), mostra que ele está no caminho certo. (Livio Vilela)

Warpaint

Los Angeles, EUA
Myspace
Lembra: Pixies, Cocteau Twins, Howling Bells, School Of Seven Bells
Ouça: “Elephants”, “Billie Holiday”

Quando se ouve “Exquisite Corpse”, EP de estréia do Warpaint, reeditado no fim do ano passado pela Manimal Vynil, a impressão que se tem é que Jenny Lee Lindberg, Emily Kokal e Theresa Wayman não são as garotas que aparecem bonitas e adoráveis em toda foto que se encontra delas e querem casar com alguém do Radiohead. É só ouvir Elephants. “They call me a thief”, entoa uma das três entre guitarras viajantes e um baixo sinistro, e a imagem que vem à cabeça é a de um ritual pagão enrolado numa bruma de rock psicodélico com toques de Cocteau Twins, Pixies e uma pitada de Sonic Youth nas guitarras.

O quarteto, que se formou há três anos e não tinha baterista fixo (papel agora desempenhado por Stella Mozgawa) foi assinado pela Rough Trade no final do ano passado e prometeu LP pra dezembro ou janeiro, e como dezembro já passou e janeiro ainda não acabou, há a mínima esperança de que até o dia 31 já dê pra conferir o disco com clima “submarino” de que as garotas falaram. (Rafael Abreu)

+ 5 Nomes Para Ficar Ligado

Acrylics: apadrinhados pelo Chris Taylor do Grizzly Bear (que produziu e lançou o primeiro EP), o grupo de Nova Iorque faz um interessante soft-rock com suingue e alguma afetação hipster, mas que ainda precisa de um hit para chamar de seu.
Drake: o rapper canadense é a esperança de todos os descontentes com atual estado do hip hop americano, principalmente depois da decepção que foi o Kid Cudi. Sua “Best I Ever Had” é bem boa, ele tem bom gosto (fez cover de Lykke Li, por exemplo) e até agora não deixou a megalomania contaminar sua música.
Dum Dum Girls: assinadas pela Sub Pop, essas quatro garotas fazem rock influenciado por girl groups dos anos 60, Jesus And Mary Chain e um pouco de Ramones. Você provavelmete já ouviu essa história antes (alô Vivian Girls!), mas vai que dá certo dessa vez.
Kindness: a gente não curte muito do que o Kindness produziu até aqui (no wave cabeçuda e sem graça), mas “Gee Up”, faixa mais recente da banda, é SIMPLESMENTE SENSACIONAL. Que sigam nesse caminho.
Zola Jesus: se Ian Curtis e Siouxsie Sioux fossem uma pessoa só, ela seria Nika Roza Danilova, mais conhecida como Zola Jesus. Ainda que esteja bem distante dos seus ídolos, Nika mostrou no seu primeiro álbum “The Spoils” que tem talento para tirar beleza dos cantos mais sombrios da alma.


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Comments

Uma resposta para “20 Nomes Para Ficar Ligado Em 2010: all around the world”.

  1. Avatar de Mateus
    Mateus

    Vivian Girls não deu certo?

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