60) “Can’t go back” [vídeo]
Primal Scream
Já não mais para considerar os lançamentos do Primal Scream como decepções. Sim, eles foram realmente geniais em vários momentos dos anos 90 (e no raiar dessa década), mas inovar sempre não é coisa tão fácil. Com diversas fantasias guardadas no armário, Bobby Guillespie e sua turma reciclam, recriam, remontam seus próprios êxitos e é exatamente isso que acontece em “Can’t go back”: hard rock stoniano envernizado de new rave para novas audiências.
59) “Atom” [MP3]
British Sea Power
“Your heart is a mess / Your head is a mess/ You house is a mess / And it’s always a mess”. Embora comece com uma lamento desses, em pouco mais de três minutos, “Atom” acaba se tornando o rock mais divetido e idiota de 2008. Uma sequência ganchuda de quebras de andamento que vão para cima e baixo como numa montanha russa em forma de canção.
58) “J1” [MP3]
Mallu Magalhães
Mesmo um ano depois, ainda é difícil relativizar o fenômeno Mallu Magalhães. Mas se alguns detalhes no seu primeiro disco podem ter ficado obscuros ou ofuscados pelo hype,”J1″ ainda brilha na intensidade certa. A melodia doce lembra Carole King (via Feist), enquanto o arranjo classudo remete aos discos mais recentes da Cat Power. Já o apelo pop, quase propagandístico, esse é mérito da própria Mallu.
57) “Teen creeps” [vídeo]
No Age
Como todo resto do primeiro álbum da dupla de Los Angeles, “Teen creeps” não deixa muito espaço nem tempo para maiores emoções. É como se eles insinuassem uma melancolia mybloodyvalentineana, mas quando você para para efetivamente sentir aquilo, eles fogem em outra direção, outra música, outro clima. “Teen creeps” segua mesma dinâmica: depois de alguns segundos de quase silêncio, você é atingido por uma parede de guitarras ruidosas, violentas que te conduzem por 3 minutos até o momento em que a canção te joga de volta a realidade de maneira quase covarde. E funciona.
56) “Brand new start” [MP3]
Little Joy
O sol e o pop são iguais para todos e o nosso hermano internacional sabe disso. Entre Malibu e Copacabana, Amarante une em “Brand new start” tradições musicais que foram contemporâneas, mas que nem sempre se comunicaram. Aqui, os Beatles tiram os terninhos para pisar na areia da bossa nova, enquanto Erasmo acha em Brain Wilson um outro parceiro. Funciona dos dois lados da linha do Equador.
55) “A-Punk” [vídeo]
Vampire Weekend
Eles podem até terem sido vendidos como “indie rock goes afro-beat” (é o caso de “Cape Kod Kwassa Kwassa”), mas nesse hit o Vampire Weekend fica só no indie rock. Aqui, são as guitarras quem mandam , jogando o grupo de universitários novaiorquinos para uma passeio na Athens do R.E.M. e na Manchester dos Smiths de 83.
54) “Cachoeira” [MP3]
Do Amor
Gravada no quadro “12 Horas no Estúdio” do programa de TV do TramaVirtual, “Cachoeira” é a primeira das gravações d’Do Amor a conseguir transmitir a nenergia da banda ao vivo. Soa como os Strokes tocando em cima de um trio elétrico no carnaval da Bahia – ou algo ainda mais divertido que isso.
53) “Anyway you chose to give it” [vídeo]
The Black Ghosts
A outra metade do Simian acabou se mostrando tão divertida quanto o Simian Mobile Disco de James Ford. Em “Anyway you chose to give it”, Simon Lord e Theo Keating fazem pop na dose certa para a pista de dança, sem, no entanto, pender para nenhuma vertente da dance música moderna. Pode acabar não virando hype como a banda irmã, mas merecia.
52) “The beggining of the twist” [vídeo]
The Futureheads
Depois de um traumático rompimento com a gravadora em 2007, era esperado que os Futureheads seguissem o caminho quase experimental de algumas músicas do segundo disco, “New & Tributes”. Ledo engano. Inagurando seu próprio selo, os ingleses voltaram raivosos e barulhentos como no primeiro disco. E “The beggining of the twist”, abertura pé-na-porta de “This Is Not The World”, é aquilo que a gente amava em 2004: punk-rock rápido, quadrdão, mas com sabor pop.
51) “Nasa, goodbye” [MP3]
Babe, Terror
Inicialmente, o Babe, Terror (projeto do jornalista paulistano Cláudio Szynkier) me despertou interesse como qualquer um daqueles hypes-de-uma-semana que acabam aparecendo por aí – em menos de uma semana, ele foi assunto do Sasha, da Pitchfork, do Stereogum, da Uncut e até do Warren Ellis. No entanto, por mais que sua música tivesse causado um certo estranhamento incial, ela foi se revelando ao poucos, estabelecendo conexões inusitadas, e, por fim, de alguma maneira, me emocionando. Apesar de EP lançado meses depois não manter o nível, “Nasa, goodbye” ainda encanta com sua psicodelia picotada e rabiscada em tons de preto. Uma paisagem sonora selvagem, quase impenetrável, mas que se mostra surpreeendentemente reconfortante para os mais pacientes.
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