De volta ao Rio depois de uma bela apresentação em fevereiro, o Little Joy quase lotou a Fundição Progresso na última sexta-feira. O som da casa como sempre não ajudou, – embolado, barulhento, até chegou a cair no meio da apresentação do The Dead Trees – mas no palco o Little Joy provou que, mais do competetentes ao vivo, agora o trio-sexteto virou definitivamente uma banda “de carreira”, ao contrário das evidências de que eram apenas um projeto paralelo.
A noite começou com Adam Green, um cara que claramente perdeu o bonde e parece não fazer idéia do quão constrangedora é sua performance de palco – uma mistura pastiche de Alice Cooper com Jarvis Cocker. As músicas que até tinham algum charme em álbuns como “Gemstones” e “Jacket Full Of Danger” soam dispersivas ao vivo.
Os Dead Trees foram os que mais sofreram com o som porco da Fundição. No meio da primeira música, o P.A. caiu e só quinze minutos depois do previsto a banda voltou ao palco para apresentar seus rocks que oscilam entre Oasis e Strokes.
Quando se apresentaram para um Circo Voador lotado no começo do ano, havia um claro clima de fim de férias na cara do Little Joy. Os Los Hermanos estavam com as apresentações de abertura do Radiohead marcadas, enquanto Fabrizio já tinha sessões para o quarto álbum dos Strokes agendadas em Nova Iorque. Só que o que deu para perceber no palco da Fundição é que tanto os Los Hermanos (que parecem que não voltam mesmo) quanto os Strokes (que ainda vão esperar o disco solo de Julian Casablancas) agora estão em segundo plano para Amarante e Moretti (e Binki).
Exemplo claro disso são as três (quatro?) músicas novas tocadas no show – todas muito boas. Se o primeiro álbum foi marcado pelo encontro dos sons da costa oeste americana com a vibe agregadora da tropicália brasileira, há claras referências ao rock setentista, como Rolling Stones, Dylan com a Band, Bruce Springsteen, Tom Petty e os momentos acústicos do Led Zeppelin. Vão precisar de um produtor menos lo-fi que o Noah Georgeson, mas um segundo disco promete.
Os vídeos são cortesia do Felipe Passarelli, que gravou o show inteiro lá no canal dele no YouTube (que outra dezenas de shows fodas do Rio de Janeiro). Se alguém souber o nome das músicas, avise nos comentários.
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